The Bealtes

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

King de novo - Insônia

Mais uma vez volto a falar desse mestre do terror, só que dessa vez Stephen King conseguiu me surpreender com sua sensibilidade. 
Esse livro intitulado Insônia me atraiu desde o principio. Sofro desse mal que é ver as horas passar sem pregar os olhos, mas com essa obra ele consegue que todos desejemos perder alguns momentos de sono para ler essa maravilhosa obra. 
Tudo começa com Ralph Robert (um idoso que acaba de ficar viuvo) percebendo aterrorizado que desperta cada vez mais cedo. Quem já teve insônia sabe que além da sensação desagradável de cansaço, esse mal pode provocar alucinações, e é isso que Ralph começa a ver, alucinações. Ou assim quer acreditar.
King começa o livro em ritmo morno, habituando o leitor a vida de um idoso. Mas ganha um ritmo alucinado a medida que as páginas avançam, ritmo esse capaz de prender o leitor de maneira quase sobrenatural.
Sobrenatural são as estranhas visões que o protagonista experimenta. Ele vê estranhos fios que flutuam sobre a cabeça das pessoas, e estranhos doutores carecas que passeiam livremente entre as pessoas sem serem vistos.
A medida que sua insônia piora ele consegue ver com mais clareza esses doutores que servem ao acaso e ao desígnio. Uma analogia ao nosso conhecido bem e o mal. 
Entre a diminuição sinuosa de suas noites de sono e seu assombramento com o mundo sobrenatural que se revela, Stephen King introduz reflexões internas do personagem sobre seus sentimentos e sua crescente agonia, coisa que só quem também sofre de insônia poderia descrever. 
Ralph mora em uma cidade que ferve devido a de debates sobre a permissão legal do aborto. Nesse mar de fatos simultâneos ele se apaixona e percebe que tudo está acontecendo por um motivo e que tudo que acontece na cidade está ligado as suas visões e a sua insônia. Tudo têm um desígnio.

É claro que não irei contar a história de maneira a estragar essa magnífica leitura. 
Quanto a sensibilidade que citei, ao ler a história podemos perceber que o autor aborda dois pontos que estão muito presentes em sua vida: a sua bendita insônia, que o inspira a escrever sempre com mais propriedade essas histórias onde descreve a agonia do cansaço extremo. E o envelhecer, processo pelo qual todos passaremos e que causa medo, medo esse que King demonstra em suas páginas e só é percebido por nós jovens com sutileza. 
De qualquer maneira é mais um excelente livro para ser lido em suas noites de insônia.


   


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Tucano é multado pela sexta vez.

Candidato José Serra demonstra descaso e tira proveito dessa corrida de publicidade que é nossa eleição.
 Ministro Joelson Dias,do Tribunal Superior Eleitoral, multou em R$5 mil o candidato à Presidência José Serra, por fazer propaganda em rádio e televisão antes do permitido. O mais engraçado é que essa já é a sexta multa aplicada ao candidato.
Infelizmente, ganha a eleição quem tiver a melhor publicidade, e não a melhor proposta.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

The Beatles,nostalgia pelo que não vivi

Posso ser considerado um  Beatlemaníaco, gosto muito dessa banda que inovou tanto sua geração e que ainda está presente na trilha sonora da vida de muita gente.
Acredito eu que minha paixão pelo quarteto, mais que por outras bandas que também gosto (e a maioria até mais antigas), é a estranha sensação de nostalgia que toma conta de mim ao ouvi-los, nostalgia essa de uma época que eu não vivi. Eu nasci em plenos anos noventa, mas me sinto como se houvesse nascido atrasado.
Meu lugar não é esse da revolução digital, meu lugar é o da revolução musical e da revolução mental que essa banda proporcionou.
E é com uma mescla de alegria e de tristeza que eu escuto esses caras. Alegria por ouvir esse primor musical que me traz lembranças nunca vividas, e tristeza por saber que o sonho revolucionário da sua geração se estagnou, saber que Ringo nunca mais será Star, saber que os arranjos simples,revolucionários e inteligentes de Gorge Harrison não soarão da sua gbson antiga. Atiraram em John, e a dupla genial Lenon e Mccartney não vai mais compor.
Essa foi a banda mais revolucionária da história do rock. Eles fizeram parte de um sonho que não tive mas que sempre voltará a memória quando ouvir um quarteto de Liverpool berrar Help em mp3.

Stephen King, O Mestre

Sou um leitor voraz de livros em geral, embora eu tenha que trocar alguns desses livros que eu chamo de diversão por livros de cálculo e física. Mas se tem um autor que consegue me fazer esquecer dos compromissos para ir viajando noite a dentro nas suas histórias, esse é o King.
Desde quando li seu primeiro livro (Jogo Perigoso), me tornei um grande fã desse homem.
Não venho aqui falar sobre sua biografia (que pode ser lida aqui), venho expressar minha admiração pela sua obra e começar uma série de posts sobre seus livros.
Devo dizer que dos grandes autores do gênero terror, ele foi o único que conseguiu me apavorar com seu livro, que considero sua obra prima: A Coisa (ou  It ), livro ao qual dedicarei um post especial.
Sou uma pessoa muito eclética quanto à leitura. Por isso fica difícil escolher um livro ou um autor favorito. Mas King é incomparável com qualquer outro que conheça e consegue seduzir e aterrorizar ao mesmo tempo.
Não é sem mérito que King seja considerado por muito o mestre do terror. Só que ainda mais impressionante é perceber que suas histórias acabam ganhando vida própria e por isso tem reviravoltas surpreendentes até para o próprio King.
Muitas pessoas não gostam dos finais "não ortodoxos" de suas histórias (geralmente são pessoas que só conhecem sua obra através de filmes e por isso não conseguem perceber sua genialidade), mas a realidade é que seus finais complementam a mensagem do livro inteiro, quase que filosoficamente. E histórias macabras não seriam tão aterrorizantes se seguissem o clichê do  felizes para sempre.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Acordar cedo

Nunca fui muito fã de acordar cedo. Certa vez, quando ainda tinha uns 12 anos, acordei atrasado para ir a escola e saí correndo de casa. Cheguei na escola, e sabe como é essa idade: a gente passa aquele gel no cabelo, não quer mais ir de uniforme do vai e volta, quer se arrumar para as "gatinhas". Eu particularmente  fazia até que um sucesso com a "mulherada". Mas nesse dia eu estava especial. Por onde eu passava elas ficavam me olhando, na aula umas coleguinhas ficavam me encarando na cara de pau, aí eu olhava e elas ficavam de risinho umas com as outras. Eu comecei a me sentir o Brad Pitt encolhido.
Até que esse assédio começou a me incomodar, e comecei a pensar que havia algo de errado. Eu sempre fui meio desligado, mas quando eu percebi o que havia de errado nem eu me perdoei. Notei que estava andando meio que mancando e olhei para baixo. Eu estava com um pé calçado com uma bota e o outro com uma papete, e pra piorar eu ainda estava de shorts. Essa percepção do meu estado se deu no intervalo entre as aulas. E ainda tinha quase duas horas de aula até eu voltar pra casa. Aí não tinha mais jeito, fingi que tinha feito isso de propósito, que estava inventando moda e esse fato até que passou batido, não teve muitos comentários.
Se antes desse fato eu já não gostava de madrugar, imagine depois!

Continuação

Finalmente tomei vergonha na cara e terminei a história.


Passamos por uma praça, andamos bastante e cruzamos com um garoto na rua, o garoto só faltou atravessar a rua pra não passar do nosso lado. Não sei se o que assustou ele foi a minha cara de bravo ou se foi a cara da Paty de “to trêbada”. O garoto ficou pra trás, eu já estava bastante aliviado porque já tínhamos chegado ao ponto da avenida, quando de repente a Paty começa a chorar e berrar: “Você vai deixar ele ir embora? Vai deixar?!”. Eu dei graças a deus pelo ponto estar vazio e perguntei a quem eu tinha deixado ir embora, ela olhou pra trás e disse que o menino que avia passado tinha batido nela e que eu não tinha feito nada para defendê-la.
Eu fiquei tentando convencê-la de que o menino não tinha feito nada (aliás, o que um menino tava fazendo numa rua deserta naquela hora da madruga?), mas ela só esqueceu essa história porque um ônibus estava passando. Detalhe, o ônibus era reservado, mas ela deu sinal como se não houvesse mais ônibus no mundo. Sorte que logo atrás vinha um que servia para irmos até o ponto do Habibs. Ela só entrou sem fazer objeções porque eu a lembrei que no lá tinha o banheiro que ela queria.
Descemos no Habibs e eu tive uma grande surpresa: ela não queria mais ir nesse banheiro, ela queria ir ao da minha casa. Eu já tava sem paciência nenhuma, nem Jó teria agüentado mais. Peguei-a pelo braço e a mandei ficar calada, e ficamos esperando no ponto. Eu até me surpreendi por ela não começar a chorar.
O pior é que ela estava muito apertada mesmo! Estava até dançando de um lado pro outro, feito criança que não vai agüentar por muito tempo. Fiquei com medo de ela fazer nas calças. Algumas pessoas no ponto me olhavam e davam até aquela acenada de cabeça, como quem diz que entende o que você está passando.
Estava passando um ônibus da linha Camargo Velho, o que iríamos pegar era Camargo Novo. Ela me perguntou se esse servia e eu disse que não, foi a mesma coisa que dizer pra ela dar sinal que nem uma louca. Eu fique até meio sem graça quando o motorista parou, sorte que algumas pessoas entraram no ônibus.
Ela começou a dar sinal para todo ônibus que passava, mas eu deixei porque já estava cansado e era melhor do que ela ficar chorando. Pra encurtar a história: o Camargo Novo estava passando e ela deu sinal, o motorista parou, só que ela começou a chorar porque não queria ir naquele ônibus. Eu a agarrei pelo braço, a fiz entrar e sentar no banco da frente, mas sem delicadeza nenhuma. Ela começou a chorar e o cobrador só faltou levantar pra brigar comigo, até que ele percebeu o estado dela.
Chegamos à frente de casa e estava abrindo o portão o mais rápido possível porque a Paty estava gritando no meu ouvido que precisava IR AO BANHEIRO URGENTE! Abri a porta e ela subiu as escadas correndo, olhei pro sofá e pensei em dar uma descansada, mas resolvi ver se ela precisava de ajuda, entrei no quarto e tive outra surpresa, ela não tinha ido ao banheiro, ela estava dormindo. Acordei-a e tive que arrastá-la até o banheiro pra ela fazer xixi. Depois ela voltou pro quarto e entrou em logoff.
Eu quase não consegui dormir de tão nervoso que estava, mas agora eu me lembro disso e dou várias risadas. Até hoje ela só diz se lembrar do cobrador olhando feio pra mim. 




Falando sério, dava pra ter ganhado a promoção né?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tourada Ameaçada

Que arte?
Acabo de ler uma feliz notícia no ig: que a província de Catalunha disse não a essa diversão tão infeliz que é a Tourada.  O parlamento da Catalunha decidiu proibir as touradas, sendo assim essa é a primeira região da Espanha continental que diz não a essa tradição.
Existem os grupos pró-tourada e os que estão pensando nos direitos dos animais e até na melhoria da imagem da Espanha vista pelo mundo. Essa questão chegou ao parlamento devido a uma agitação antiga e a uma petição com mais de 180 mil assinaturas.
Os pró-touradas defendem essa tradição como uma forma de arte e de renda espanhola. Mas temos que admitir que fora do país essa tradição não é muito bem vista, e acredito que por ter vencido a copa e estar em grande evidência, a uma grande pressão para melhorar a imagem do país quanto ao resto do mundo. 
Muitos cogitam que renegar essa tradição é uma forma da Catalunha se diferenciar do resto da Espanha e dar um passo a frente no seu movimento de independência.
De qualquer maneira eu acredito que esse foi o primeiro golpe para o extermínio dessa tradição sangrenta e bárbara.
Infelizmente essa proibição só começa a valer em 2012.


Confira a notícia aqui.