The Bealtes

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Continuação

Finalmente tomei vergonha na cara e terminei a história.


Passamos por uma praça, andamos bastante e cruzamos com um garoto na rua, o garoto só faltou atravessar a rua pra não passar do nosso lado. Não sei se o que assustou ele foi a minha cara de bravo ou se foi a cara da Paty de “to trêbada”. O garoto ficou pra trás, eu já estava bastante aliviado porque já tínhamos chegado ao ponto da avenida, quando de repente a Paty começa a chorar e berrar: “Você vai deixar ele ir embora? Vai deixar?!”. Eu dei graças a deus pelo ponto estar vazio e perguntei a quem eu tinha deixado ir embora, ela olhou pra trás e disse que o menino que avia passado tinha batido nela e que eu não tinha feito nada para defendê-la.
Eu fiquei tentando convencê-la de que o menino não tinha feito nada (aliás, o que um menino tava fazendo numa rua deserta naquela hora da madruga?), mas ela só esqueceu essa história porque um ônibus estava passando. Detalhe, o ônibus era reservado, mas ela deu sinal como se não houvesse mais ônibus no mundo. Sorte que logo atrás vinha um que servia para irmos até o ponto do Habibs. Ela só entrou sem fazer objeções porque eu a lembrei que no lá tinha o banheiro que ela queria.
Descemos no Habibs e eu tive uma grande surpresa: ela não queria mais ir nesse banheiro, ela queria ir ao da minha casa. Eu já tava sem paciência nenhuma, nem Jó teria agüentado mais. Peguei-a pelo braço e a mandei ficar calada, e ficamos esperando no ponto. Eu até me surpreendi por ela não começar a chorar.
O pior é que ela estava muito apertada mesmo! Estava até dançando de um lado pro outro, feito criança que não vai agüentar por muito tempo. Fiquei com medo de ela fazer nas calças. Algumas pessoas no ponto me olhavam e davam até aquela acenada de cabeça, como quem diz que entende o que você está passando.
Estava passando um ônibus da linha Camargo Velho, o que iríamos pegar era Camargo Novo. Ela me perguntou se esse servia e eu disse que não, foi a mesma coisa que dizer pra ela dar sinal que nem uma louca. Eu fique até meio sem graça quando o motorista parou, sorte que algumas pessoas entraram no ônibus.
Ela começou a dar sinal para todo ônibus que passava, mas eu deixei porque já estava cansado e era melhor do que ela ficar chorando. Pra encurtar a história: o Camargo Novo estava passando e ela deu sinal, o motorista parou, só que ela começou a chorar porque não queria ir naquele ônibus. Eu a agarrei pelo braço, a fiz entrar e sentar no banco da frente, mas sem delicadeza nenhuma. Ela começou a chorar e o cobrador só faltou levantar pra brigar comigo, até que ele percebeu o estado dela.
Chegamos à frente de casa e estava abrindo o portão o mais rápido possível porque a Paty estava gritando no meu ouvido que precisava IR AO BANHEIRO URGENTE! Abri a porta e ela subiu as escadas correndo, olhei pro sofá e pensei em dar uma descansada, mas resolvi ver se ela precisava de ajuda, entrei no quarto e tive outra surpresa, ela não tinha ido ao banheiro, ela estava dormindo. Acordei-a e tive que arrastá-la até o banheiro pra ela fazer xixi. Depois ela voltou pro quarto e entrou em logoff.
Eu quase não consegui dormir de tão nervoso que estava, mas agora eu me lembro disso e dou várias risadas. Até hoje ela só diz se lembrar do cobrador olhando feio pra mim. 




Falando sério, dava pra ter ganhado a promoção né?

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